Mesmo em tempos tão voláteis devido à crise de saúde global que atravessamos, celebramos com coragem os 25 anos da Ricardo Camargo Galeria trazendo uma seleção de 25 obras de arte. Destas, dez são inéditas e algumas estão fora de circulação há mais de quinze anos, característica que norteia todas as nossas exposições denominadas Mercado de Arte.
Raridade e sensibilidade são elementos que não faltam nesta mostra e nas obras “Menino”, pintura de Vicente do Rego Monteiro e “Nu Feminino” de Di Cavalcanti, entre outras.
Do multifacetado artista José Antônio da Silva, selecionei dois excepcionais trabalhos. Multifacetado porque além de pintor, ele ainda desenhava, escrevia, esculpia e era repentista. O visionário Prof. Bardi, diretor e fundador do MASP, dizia que Zé Antônio era o mais autêntico pintor brasileiro.
A vanguarda dos anos 1960 comparece com quatro excelentes trabalhos de Antonio Dias, José Roberto Aguilar, Tomoshigue Kusuno e Wesley Duke Lee, todos datados de 1965.
Esses artistas participaram da memorável e histórica exposição “Opinião 65”, que aconteceu no MAM do Rio de Janeiro e foi organizada pelo grande marchand, galerista, colecionador e amigo Jean Boghici em parceria com Ceres Franco.
Da mesma geração, temos duas preciosas e inéditas obras de Antonio Henrique Amaral. A raríssima “Campo de Batalha 32” da série realizada em Nova York, contestando a ditadura brasileira, e a maravilhosa “Bambu, água e terra” que traduz um contato renovado com o mundo tropical, forte, elegante e viril num contraponto com as cores embaçadas de Campo de Batalha, conforme texto do livro do artista “Obra em Processo”.
A paixão pela Arte é independente de qualquer crise porque ela é visual, nos emociona e dá prazer.
Obras participantes
José Antonio da Silva "Carneiros na chuva" (1972) óleo s/tela 70 x 100 cm. Alfredo Volpi "Casario" (1930) óleo s/tela 60 x 80 cm. reproduzida à pág. 76 no raisonné do artista sob registro IA VAM 2691, edição comemorativa do centenário da 1a pintura 2015 participou exposição “Entreolhares, poética d’alma brasileira” Museu Afro Brasil curadoria de Edna Matozinho de Pontes e Fábio Magalhães 2016 reproduzida à pág. 162 no catálogo desta mostra Ismael Nery "Duas figuras abstratas" (1931) nanquim s/papel 22 x 15,8 cm. no verso consta coleção Murilo Mendes participou 19a Bienal Internacional de São Paulo 1987 etiqueta no verso Ismael Nery "Nú feminino" (1927) nanquim e aquarela s/papel 26,5 x 19 cm. Emiliano Di Cavalcanti "Nú feminino" (1936) óleo s/cartão 31 x 22 cm. Vicente do Rego Monteiro "Menino" (1924) óleo s/ seda s/cartão 45 x 37 cm. Victor Brecheret "Cabeça de mulher" (1945/47) terracota 32 x 25 x 24 cm. Candido Portinari "Jesus cai pela primeira vez" (1945) grafite, crayon e aquarela s/cartão 24,5 x 24,5 cm. Lasar Segall "Figura feminina" (1949) óleo s/tela 70 x 38 cm. participou 4a Bienal do Museu de Arte Moderna de São Paulo 1957 etiqueta no verso exposição retrospectiva “Lasar Segall” Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro 1967 etiqueta no verso Antonio Gomide "Malabarista no circo" (1959) aquarela s/papel 28 x 36 cm. Antonio Gomide "Domador no circo" (1959) aquarela s/papel 25 x 38 cm. José Antonio da Silva "Algodoal" (1964) óleo s/tela 50 x 104 cm. Frans Krajcberg "Pintura" (1961) óleo s/papel moldado em tela (relevo) 46 x 110 cm. participou 7 a Bienal de São Paulo 1963 etiqueta no verso exposição “Krajcberg, uma homenagem” Galeria Frente 2017 reproduzida as págs. 22 e 23 no catálogo desta mostra Claudio Tozzi "Guevara" (1968) acrílica s/papel colada s/duratex 49 x 49 cm. José Roberto Aguilar "Destruidor de Mitos" (1965) óleo s/tela 114 x 146 cm. Tomoshige Kusuno "Companheiro" (1965) lápis de cor, guache e óleo s/papel 96 x 67 cm. Wesley Duke Lee "A Zona: a vida e a morte" (1965) lápis, pastel e frotagem s/cartão e montagem 63 x 48 cm. Antonio Dias "Caixa projeto para a vida da pequena Cristina" (1965) guache e ecoline s/papel 44 x 58 cm. Antonio Dias "lL Deserto" (1968) acrílica s/tela 85 x 85 x 2 cm. Antonio Henrique Amaral "Bambú, água e terra" (1978) óleo s/tela 127 x 127 cm. Antonio Henrique Amaral "Campo de Batalha 32" (1974) óleo s/tela 92 x 122 cm. Hércules Barsotti "nº 8" (2002) acrílica s/tela 81 x 85 x 3 cm. Hércules Barsotti "nº 22" (2001) acrílica s/tela 80 x 85 x 3 cm. Lothar Charoux "Vibração" (1970) guache s/cartão 100 x 35 x 2,2 cm. participou III Salão Municipal de Arte Contemporânea de Santo André etiqueta no verso Candido Portinari "Cristo" (1948) guache s/cartão 32 x 24 cm.